Problemas de primeiro mundo e a pandemia
- Mariana Bond
- 6 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Para a atividade avaliativa da CPP - EXP³, do tema Transformação Digital, escrevi um texto sobre os "problemas de primeiro mundo".
Problemas de primeiro mundo e a pandemia
Neste ano, devido à pandemia mundial do novo coronavírus – declarada oficialmente em 11 de março de 2020 – a tecnologia e transformação digital foram trazidas de vez para as nossas vidas. Houve uma certa “adaptação obrigatória” para que aqueles que ainda não eram adeptos à utilização de ferramentas digitais e a utilização com maior frequência aos já familiarizados.
A situação de isolamento social fez com que empresas, mesmo as conservadoras, passassem a utilizar a tecnologia para não quebrarem, algumas passaram apenas a realizar vendas através do aplicativo WhatsApp, outras já estavam em fase de transformação e aproveitaram para firmar as vendas online, através de aplicativos próprios ou incluindo sua empresa em aplicativos de delivery, criando catálogos virtuais ou até mesmo lançando seu próprio site. Para a equipe, a pandemia trouxe a necessidade de instituir o “home office”, estilo de trabalho já utilizado anteriormente por algumas organizações e que após o período deve inclusive ser mantido por outras.
Na educação, escolas, universidades, alunos, professores, pais e toda a comunidade envolvida precisaram também se adaptar ao “novo normal”, muitas já tinham o digital como aliado, seja com plataformas ou ferramentas virtuais e conseguiram se adaptar mais facilmente e seguir com cronograma normal, pois a sua comunidade também era familiarizada com tais ferramentas, outras necessitaram um período de adaptação, mas conseguiram criar um plano de trabalho.
Porém, na área da educação principalmente, muito se reclama dos “problemas de primeiro mundo” enfrentados neste período de pandemia como a virtualização das aulas, as ferramentas utilizadas e um dia em que a internet não funciona bem, enquanto poucos param para pensar no privilégio que estão tendo de poder continuar seus estudos com toda as ferramentas para que não se torne algo monótono e o mais parecido possível com a sala de aula.
Nesses seis meses de pandemia quantas histórias de desigualdade social vimos sobre as reais dificuldades enfrentadas na educação, devido à virtualização, em comunidades escolares que não têm as condições para a utilização desses novos métodos? Alunos que precisavam esperar os pais chegarem em casa para utilizar o único aparelho com internet da casa (um celular), ou que saiam em busca de algum local com internet no município para conseguir assistir a aula ou realizar uma tarefa, alunos que apesar de terem acesso à tecnologia ainda precisam lidar com o stress da pandemia, casa cheia com filhos e tarefas domésticas para realizar, enquanto estudam... São diversas as situações que deixamos passar ao pensarmos “porque nem todas as instituições conseguem passar por por essa transformação digital?”.
É fato que a pandemia do novo coronavírus, apesar de um cenário triste e que não gostaríamos de estar enfrentando, trouxe um grande avanço em termos de transformação digital, implementação de ferramentas tecnológicas e desenvolvimento em organizações de todas as áreas, mas vale a reflexão sobre o porquê, enquanto cada vez mais vemos essa transformação (que realmente é necessária) acontecer, ainda temos em nossa sociedade tantas pessoas e comunidades que não vivem a mesma realidade e têm a mesma condição para adaptação.
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