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Entrevista ping-pong

  • Foto do escritor: Mariana Bond
    Mariana Bond
  • 20 de jun. de 2021
  • 4 min de leitura

Na disciplina de Reportagem e Entrevista, do terceiro módulo do curso de jornalismo da Urcamp, foi proposta a realização de uma entrevista ping-pong com uma personalidade em evidência.


Eu escolhi entrevistar o fotógrafo Rivalcir Baluta, que atua há mais de 10 anos em Sant'Ana do Livramento e é premiado e reconhecido internacionalmente. A atividade fez com que eu pudesse aprender mais sobre esse formato de entrevista e auxiliou com o desenvolvimento da prática.


Confira:


ENTREVISTA

A trajetória do fotógrafo premiado internacionalmente, Rivalcir Baluta

Atuando em Sant’Ana do Livramento há cerca de dez anos, ele já ganhou uma Lente de Ouro, o chamado “Óscar da Fotografia”


Por Mariana Bond

Acadêmica de jornalismo da Urcamp


Natural do Paraná, Rivalcir Baluta vem de uma família de agricultores que se estabeleceu em Santa Catarina, local onde ele conheceu a fotografia. Mas foi em Sant’Ana do Livramento, cidade que escolheu viver por causa de um amor, que ele decidiu trabalhar como fotógrafo.

Sempre ligado às artes, “Riva” como é chamado, ama a área desde criança, entendendo-a como uma forma de se expressar. Especializado, pós-graduado em fotografia e concluindo o curso de design, ele entende que a fotografia o levou a ver o mundo de forma mais simples, o que acredita sido o motivo para a ganhar os prêmios e reconhecimento que conquistou.

Há cerca de dez anos atuando como fotógrafo em Sant’Ana do Livramento, focando na fotografia documental voltada para a arte, Rivalcir é reconhecido muitas vezes por ter trazido essa “nova visão” da fotografia para o município, pois, como ele relembra, era algo que a população buscava contratando fotógrafos de outros locais. Hoje, ele trabalha também como professor de fotografia, ministrando cursos iniciantes e avançados, além de realizar a fotografia de videoclipes e outros projetos. Confira a entrevista e saiba mais sobre a trajetória dele:


- Como descreveria o trabalho que tu realizas com a fotografia?

Rivalcir: Eu me jogo de cabeça nas coisas que eu faço, e só gosto de atender pessoas que se jogam da mesma forma. O meu objetivo é que as pessoas se sintam à vontade, vivam uma experiência, que lembrem desse dia e seja divertido. Eu entrego no meu trabalho de fotografia, além de “fotos para porta-retrato”, as fotos espontâneas que retratam um momento. As minhas fotos são experiências, são mais sentimentais e um pouco mais reais. É algo autoral e intimista, que busca a essência mais próxima da pessoa possível.


- Como tem sido desenvolver o teu trabalho em meio a pandemia?

Rivalcir: No momento em que tudo começou, foi quando resolvi descansar, porque foram longos anos trabalhando todos os finais de semana praticamente sem descanso. Logo depois deu um desespero, eu achava que isso iria se resolver em alguns meses, mas depois eu comecei a ver que essa pausa foi necessária e útil para eu me reencontrar. Hoje trabalho cada vez mais com clientes que querem exatamente o que eu acredito na fotografia. Também estou me encontrando em outra área, de trabalhos comerciais para lojas, mas com essa “pegada” sentimental, e estou desenvolvendo um trabalho autoral sobre a cultura gaúcha.


- Quantos prêmios já recebeu no total e qual o significado para ti?

Rivalcir: Foram 82 prêmios recebidos ao longo da carreira de fotos individuais, foto a foto. Tenho 11 best collections, agrupamento de fotos em que junto algumas histórias, por exemplo casamentos, faço uma seleção e envio, e então pode ser premiada como melhor história/mais bonita. Tenho nove indicações à Lente de Ouro e uma Lente de Ouro como fotógrafo revelação internacional de 2019, que foi uma das minhas maiores emoções na minha carreira, porque eu sempre baseei o meu trabalho nos ganhadores da Lente de Ouro. O “Óscar da fotografia”, como a Lente de Ouro é chamada, representa o quanto somos queridos pelos nossos colegas de profissão, porque é feita por votação, significa que tivemos um ótimo resultado ao longo do ano com premiações e representa a influência que temos no mundo da fotografia, significa que somos referência.


- Qual foi o impacto de alteração no mercado da fotografia com o uso do celular?

Rivalcir: A fotografia pelo celular só aumenta a responsabilidade do fotógrafo e a importância que o fotógrafo tem, porque normalmente é feita pelas mãos de pessoas que não são profissionais. Isso não quer dizer que a fotografia saia ruim, mas o profissional agora se torna mais importante, porque deixa de ser aquela pessoa que faz o clique, edita a imagem e entrega. O fotógrafo agora precisa criar e viver essa experiência junto com o cliente para entregar algo além do que aquela imagem representa. Eu não vejo a fotografia pelo celular como um empecilho no meu trabalho, na verdade é um potencializador, porque eu preciso entregar algo melhor do que se faz com o celular. O celular veio para trazer muito mais consciência sobre a fotografia. O trabalho do fotógrafo se transformou com a fotografia pelo celular. O celular não banalizou, mas popularizou o acesso à fotografia. [...] E existe espaço para todo mundo, em questão de preços, qualidade e tipo de trabalho. Eu acho que o impacto é bastante positivo.


- De que forma deseja ser lembrado?

Rivalcir: Eu gostaria de ser lembrado como a pessoa que trouxe a nova visão para a fotografia em Sant’Ana do Livramento e região. E eu também sou uma pessoa que sempre busca diversão, tem carinho, não vejo maldade nas pessoas, vejo o lado bom sempre. Então eu queria ser lembrado como esse fotógrafo brincalhão, essa pessoa que se diverte, que se entrega, que se dedica e está lá de verdade. A minha marca é a felicidade, deixar tudo leve, fazer com que as pessoas se sintam bem e felizes.

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Por Mariana Bond

24 anos, jornalista formada pela Urcamp.

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